Estresse, o maior gatilho para as síndromes da vida moderna

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Lidar com as exigências de uma sociedade contemporânea com o imperativo da pressa e das incertezas, sem falar na quase obrigação de estar sempre conectado, ligado e produtivo, não é fácil. Não raro, esse pacote provoca um desequilíbrio do ritmo biológico, levando ao desenvolvimento de uma série de distúrbios igualmente contemporâneos. Até a Justiça já começa a se preocupar com eles. Recentemente, uma decisão favoreceu uma jovem atendente de telemarketing que teve uma crise nervosa e xingou um cliente. Demitida por justa causa, teve o desligamento revertido ao ser constatado que sofria da síndrome de burnout. Acabou ganhando o direito a uma indenização da empresa.

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Doenças do trânsito são lembranças doloridas

Maus hábitos ao volante, carros desregulados e estresse no trânsito adoecem motoristas

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“trânsito duplo”, por Hodachrome

Dirigir é uma atividade de risco. E não apenas pela possibilidade de acidentes. Segundo especialistas em medicina de trânsito, o simples dia a dia frente ao volante pode trazer vários problemas de saúde. O perigo se esconde desde ações aparentemente inofensivas, como trocas de marcha feitas com o braço na posição errada – que podem gerar lesões no pulso e em outras articulações –, até estresse pós-traumático que atinge pessoas que presenciam ou se envolvem em acidentes de trânsito.

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Câncer de mama e estresse

Mulheres diagnosticadas com câncer de mama podem ser acometidas por síndrome psiquiátrica aguda, chamada de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), comuns em pessoas submetidas a situações traumáticas.

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Caracterizada por sintomas de evitação (como tentar evitar lembranças ligadas ao episódio), de hiperestimulação (irritabilidade, dificuldades de conciliar o sono e de concentração) e de revivescência (recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas), o TEPT pode comprometer não só a qualidade de vida de pacientes com câncer de mama como a continuidade do tratamento.

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Pressão por Metas e Estresse são Principais Causas de Doenças entre Bancários

São Paulo – Estudo divulgado em 2011 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), aponta o estresse e a pressão para cumprir metas de produtividade exigidas pelas empresas como os principais fatores de adoecimento da categoria. A apresentação ocorreu durante o Seminário Internacional de Saúde dos Bancários, na capital paulista.

De acordo com a pesquisa “Visão da organização do trabalho e do ambiente de trabalho bancário na saúde física e mental da categoria”, 84% dos trabalhadores entrevistados já tiveram algum problema de saúde com uma frequência acima do normal.

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Laerte sobre a vida corporativa.

A principal reclamação é em relação ao estresse, relatado por 65% dos bancários, em sua maioria jovens. Mais da metade, 52%, afirmou ter dificuldade para relaxar e manter-se preocupado com o trabalho. A sensação de cansaço e fadiga acomete 47% deles e 40% afirmam sentir dor ou formigamento nos ombros, braços e mãos. Os dados confirmam que os trabalhadores do ramo financeiro estão entre as categorias que mais adoecem mental e fisicamente.

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Entrevista Sobre a Síndrome de Burnout – Parte II

Fizemos uma entrevista com M. , uma bancária de 28 anos, que enfrenta a Síndrome de Burnout há mais de um ano. Na primeira parte ela nos contou como desenvolveu a doença. Nessa segunda parte, ela nos conta sobre os sintomas e em como sua vida foi afetada.

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M: Acordei um dia e não consegui levantar da cama. Falei com minha parceira e ela ligou para um amigo meu, que estava afastado há um ano e meio (ele foi afastado logo no inicio da fusão). Que se tratava por causa do estresse. Ela ligou os pontos, porque eu não conseguia conversar mais, de tão forte que meu estresse estava. Só brigava com ela, com minha mãe. Explodia com qualquer coisa.

Ela entrou em contato com ele e ele conseguiu me trazer na doutora (Deborah).

Logo no começo da conversa ela falou de síndrome de Burnout. Eu nunca tinha ouvido falar.

Ela pediu pra eu ler sobre, e ver se identificava algum sintoma. Ai foi um choque: sou eu.

Quando descobri fiquei pior que eu estava. Mas tive um alivio, porque descobri o que tinha. Mas fiquei envergonhada, com medo, diminuída. È um choque você fazer parte daquela realidade.

Redação: Daquela que até você tinha preconceito.

M: Exatamente!

Redação: E você foi afastada quando?

M: A doutora já me afastou. Por quinze dias e assim por diante.
E aquilo pra mim era o cúmulo. Eu, afastada?

Sentia vergonha demais, dos amigos da família.

Eu tinha preconceito, e todo mundo teve preconceito também.

As pessoas não tem informação sobre isso (Burnout).

E muitas pessoas que têm esse preconceito, sofrem disso, como eu.
A vida do paulistano,  a forma que vivemos, ônibus lotado, isso gera síndrome do pânico e nem enxergamos isso.

Eu precisei chegar no fundo do poço, não querer viver e nem mais nada, pra eu me reerguer aos poucos. E agora sei conviver com isso.

Redação: Como foi o tratamento?

M: No começo eu hibernei. Fiquei seis meses no meu quarto. A doutora disse pra eu dormir, comer e fazer o que eu quiser, na hora que eu quiser.
Já tinha me afastado de todos meus amigos. Demorei mais de um ano pra conseguir dormir direito. E voltar conversar com eles.

Depois de uns seis ou oito meses comecei a descobrir o que mais eu tinha (por conta do estresse). Descobri incontinência urinária e que estava com uma protrusão na coluna.

Não sabia que o estresse me tivesse abalado tanto.
Continuei com a terapia, comecei a fazer RPG e acupuntura.

E ainda trato até hoje a incontinência, que é o que mais me atrapalha a vida.

  • Por Felipe Gonçalvez, com consultoria da Dra. Deborah Duwe.

Entrevista Sobre a Síndrome de Burnout – Parte I

A síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico ligado ao estresse crônico e prolongado e a exaustão total. É um termo inglês que pode ser traduzido como “queimar por inteiro”, e é causado por um esgotamento físico, mental e emocional ligado ao mundo do trabalho.

Para entendermos este distúrbio, preparamos uma entrevista com M, que sofre com a síndrome.

Ela é bancária, tem 28 anos e está afastada de seu trabalho.

 

Redação: Boa tarde, M. Obrigado pela entrevista. Você pode começar falando do seu trabalho.

M: Boa tarde. Trabalho no banco B. Mas estou afastada.

Comecei a trabalhar no banco A, depois houve a fusão com o banco B.

E foi um momento de pressão total.

O banco A tinha uma cultura de pessoas. O banco B é venda e venda.

Redação: Visões realmente opostas.

M: Totalmente. Esse impacto acabou desencadeando coisas que estava sentindo e não sabia identificar, e só foi acumulando.

Horário de trabalho não existia. Vendia sob pressão o tempo todo. Isso foi me levando a um acúmulo de estresse absoluto, mas até então achava que isso era normal.

Que o cansaço e a exaustão eram por causa das novas funções.

Redação: Qual foi a gota d´água?

M: Eu não tinha paciência com ninguém e nem com nada, mas achei que era apenas o meu jeito. Então teve um dia que eu simplesmente não consegui sair da cama.

Antes disso, quando ia trabalhar, sentia dor de estômago, dores de cabeça, começava a suar, tremer ao chegar lá, me sentia muito mal. Comecei a ter problemas na coluna, chegava no banco e a coluna travava. Era impressionante. Começou a me afetar tanto físico quanto psicologicamente.
Teve um dia que simplesmente não consegui levantar da cama. Não quis saber de nada e de ninguém e só não quis levantar.

Redação: Foi a fusão que causou isso, ou você já estava em estado de estresse há um tempo?

M: Já vinha. Não foi uma coisa que aconteceu de repente. É um acúmulo de coisas.

Você deixa de cuidar de você. Tinham as happy hours, e as coisas perdiam o sentido. Bebíamos pra nos acalmar, pra esquecer. Era uma fuga.

Redação: Quanto tempo depois da fusão você chegou em burnout?

M: creio que um ano depois, mais ou menos. Achei que o estresse fosse por conta da mudança, não achei que fosse nada mais grave, e já estava bastante estressada na época. E é engraçado, vi vários colegas adoecerem e achava até que era corpo mole. Nunca me imaginei no outro lado.

 

Abordaremos em seguida os sintomas, e as implicações causadas pela síndrome, na segunda parte da entrevista.

 

  • Por Felipe Gonçalvez, com consultoria da Dra. Deborah Duwe.