Com a pandemia, o imaginário infantil, cheio de monstros, foi substituído por medo de animais, da perda dos pais e do coronavírus, mas nada que o diálogo e a proteção dos adultos não possam aplacar, afirmam especialistas
Em qualquer circunstância, é muito importante acolher e levar a sério os medos infantis. Os pais devem se interessar por seus filhos e protegê-los das invasões do ambiente, confortando-os quando o medo aflora. “Os braços do pai, da mãe, ou de qualquer outra pessoa de confiança, são os melhores remédios contra a ansiedade infantil”
“Antes da pandemia os medos eram mais fantasiosos, como de personagens de filme de terror, por exemplo, mas um grande acontecimento, como a pandemia, deu lugar aos medos reais”, conta a psicóloga Geovana Figueira Gomes, que estudou os medos infantis nesses tempos de covid-19. Em sua pesquisa pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, a pesquisadora observou, entre as crianças, mais medos de natureza real. A forma como o mundo se apresenta e as mudanças constantes influenciam esses temores. E, provocadas pelo clima da pandemia, no lugar dos fictícios, as crianças tiveram mais medo de animais e insetos, da perda dos pais, das doenças e, principalmente, do coronavírus.
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