Entre eles estão o iogurte, o ovo e até o chocolate
A ansiedade, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é uma condição caracterizada por preocupação excessiva diante de situações consideradas preocupantes ou estressantes. Quem sofre com esse distúrbio psicológico, que apresenta uma gama de sintomas, enfrenta muitas dificuldades no dia a dia, mesmo em situações menos estressantes. Algumas pessoas experimentam o problema apenas em momentos de nervosismo intenso, que podem ocorrer muito raramente.
Outras podem apresentar com maior frequência os sintomas, que podem durar seis meses ou mais, o que caracteriza o transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Entre os sinais (psicológicos e físicos) mais comuns da TAG estão: medo, tensão, preocupação excessiva com eventos e problemas cotidianos, irritabilidade, dificuldade de concentração, palpitações e frequência cardíaca elevada, aperto no peito e problemas na vida social e profissional. No Brasil, esse transtorno atinge cerca de 2 milhões de pessoas anualmente.
Por ser um problema crônico, que dura muitos anos ou a vida inteira, o tratamento médico é necessário para controlar os sintomas. Geralmente, os especialistas prescrevem uma combinação de tratamentos, como psicanálise e psicoterapia, associadas a medicação. No entanto, tratamentos convencionais podem não funcionar a longo prazo. Para ajudar a combater a ansiedade, pesquisas indicam que uma alimentação adequada, rica em vegetais, frutas, legumes, grãos integrais e proteína magra, podem ajudar a gerenciar a ansiedade de forma natural.
O site especializado Medical News Today preparou uma lista com nove alimentos que podem melhorar os sintomas da ansiedade.
1. Castanha do pará
A castanha do pará é rica em selênio, nutriente que melhora o humor e reduz a inflamação. Como os níveis de inflamação de pessoas que sofrem com transtornos de humor podem estar elevados, o selênio ajuda a reduzi-los, promovendo alívio. Além disso, ele possui propriedades antioxidantes, benéficas para o tratamento da ansiedade, e ajudam também a prevenir danos celulares.
Outro nutriente encontrado nas castanhas é a vitamina E, também rica em antioxidantes; segundo pesquisas, para algumas pessoas, os baixos níveis de vitamina E podem ser um fator de risco para o desenvolvimento da depressão. Além da castanha, outras nozes, como amêndoas, podem ser excelente fonte de selênio. O mesmo vale para o cogumelo e a soja.
No entanto, é importante lembrar que o consumo do selênio deve ser moderado já que pode causar efeitos colaterais. A quantidade diária recomendada para um adulto é 400 microgramas (mcg), ou seja, três ou quatro castanhas por dia é suficiente. Para quem toma suplemento alimentar com esse nutriente é importante verificar a porção diária consumida.
2. Sementes de abóbora
Por ser uma excelente fonte de potássio, as sementes de abóbora podem ajudar na regulação do equilíbrio de eletrólitos e gerenciamento da pressão arterial. Segundo especialistas, alimentos ricos em potássio também podem ajudar a reduzir os sintomas de estresse e ansiedade. A banana é outra fonte importante desse nutriente.
As sementes de abóbora também contêm zinco, essencial para o desenvolvimento cerebral e nervoso. Um estudo revelou que a deficiência de zinco pode afetar negativamente o humor; isso acontece porque os maiores locais de armazenamento de zinco no corpo estão nas regiões do cérebro envolvidas com as emoções.
3. Peixes ricos em gordura
Peixes, como salmão, cavala, sardinha, truta e arenque, são ricos em ômega-3, substância que ajuda na função cognitiva, melhorando a saúde mental. De acordo com uma pesquisa, o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosaexaenoico (DHA) – conhecidos por regular os neurotransmissores, reduzir a inflamação e promover a função cerebral saudável – podem reduzir os níveis de ansiedade. No entanto, como o estudo foi pequeno (24 pessoas) ainda são necessárias mais pesquisas para determinar de que forma o EPA e o DHA atuam no organismo.
Além disso, estudos recentes mostraram que o consumo exagerado de ômega-6 pode aumentar o risco de desenvolver transtornos do humor, como a ansiedade, especialmente se os níveis de ingestão da substância forem baixos. Por isso é necessário controlar a ingestão de peixes para garantir bons resultados. As recomendações atuais indicam duas porções de peixe gordo por semana.
4. Ovos
Outra fonte de vitamina D são as gemas de ovos, que também são excelente fonte de proteína, essencial para o crescimento e desenvolvimento. Os ovos também contêm triptofano, aminoácido que ajuda a criar a serotonina, um neurotransmissor que ajuda a regular o humor, o sono, a memória e o comportamento. Alguns cientistas acreditam que a serotonina é capaz de melhorar a função cerebral e aliviar a ansiedade.
5. Camomila
O chá de camomila é comumente usado como remédio devido a suas propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antioxidantes e relaxantes. Além disso, existe a crença de que os flavonoides presentes na camomila têm propriedade capaz de controlar os sintomas da ansiedade. Estudo recente comprovou essa teoria, mas alertou para o fato de que o consumo de camomila não impede novos episódios de ansiedade.
De acordo com especialistas, não existe um limite predeterminado para o consumo dessa erva.
6. Chá verde
Outro chá que tem ganhado destaque no combate a ansiedade é o chá verde, que contém um aminoácido chamado teanina, conhecido recentemente por seu potencial para controle dos transtornos de humor uma que tem efeitos anti-ansiedade e calmantes. Especialistas indicam que a tanina pode aumentar a produção de serotonina e dopamina (neurotransmissor que atua diretamente no cérebro). Uma revisão de estudos publicada no ano passado mostrou que 200 miligramas de teanina traz relaxamento e calma, reduzindo a tensão.
Para quem não está acostumado a consumir o chá verde, a recomendação é usá-lo como substituto para refrigerantes, café e bebidas alcoólicas.
7. Chocolate
O chocolate é fonte de flavonoides, substâncias capazes de reduzir a neuroinflamação, diminuir a morte celular no cérebro e melhorar o fluxo sanguíneo. Já o chocolate amargo, especificamente, é uma boa fonte de magnésio, que pode reduzir os sintomas da depressão. Um estudo de 2014 descobriu que 40 gramas de chocolate amargo é capaz de reduzir o stress em mulheres jovens. Pesquisas anteriores já tinham revelado que o chocolate amargo e o cacau podem melhorar o humor. Apesar disso, ainda não está claro de que forma esse alimento atua na redução do stress.
No entanto, sabe-se que o chocolate tem alto teor de triptofano, aminoácido que o corpo transforma em neurotransmissores – entre eles a serotonina – para melhorar o humor. Ainda assim, como muitos desses estudos são observacionais, os resultados devem ser interpretados com cautela, assim como o consumo do chocolate. Na escolha do amargo, prefira os que têm 70% ou mais de cacau, mantendo a porção entre 1 e 3 gramas diárias.
Fonte: Letcia Passos para Veja - Fotografia: Stocksnap para Pixabay