Stephanie era uma funcionária de uma grande empresa Telecom na França em busca de um direito básico esquecido pelas grandes corporações: a qualidade de vida no trabalho.
“Era” porque, aos seus 32 anos, ela escreveu suas últimas palavras em um email enviado ao pai, pouco antes de se jogar da janela do escritório:
“O meu chefe não sabe, obviamente, mas serei a 23ª funcionária a se suicidar. Não aceito a nova reorganização do serviço. Vou mudar de chefe e, para passar por aquilo que eu vou passar, prefiro morrer. Deixo no escritório a bolsa com as chaves e o celular. Levo comigo a minha carta de doadora de órgãos, nunca se sabe. Não gostaria que você recebesse uma mensagem desse gênero, mas estou mais do que perdida. Quero-lhe bem, papai”.
A empresa em questão é a gigante telecom do mercado francês, Orange, com mais de 150.000 funcionários e um faturamento em torno de € 40 bilhões (aproximadamente R$ 175 bilhões hoje em dia).
Após 35 empregados se matarem entre 2008 e 2009, o diretor da época, Didier Lombard, cedeu ao cargo.
Ele foi obrigado a se retratar após sugerir que o suicídio era uma “moda” da companhia.
Além disso, o jornal francês, Le Parisien publicou um documento interno da companhia de 2006 atestando que Lombard falava deliberadamente para os diretores que ele era responsável por cortar 22.000 pessoas da empresa, adicionando:
“Ou eu farei isso de um jeito ou de outro, pela porta ou pela janela.”
Infelizmente, esse não é um caso específico ou isolado.
Outro gigante do mercado global, dessa vez no setor bancário, o Bank of America Merryl Linch notificou a morte de um estagiário por excesso de trabalho, após 3 dias seguidos de muito stress.
A idade dele? Apenas 21 anos.
O problema é grave. As consequências, irreparáveis.
Mas por que e como chegamos a esse ponto?
E mais importante:
O que podemos fazer para que nosso futuro (profissional e pessoal) não seja roubado por uma péssima qualidade de vida?
Isso é o que vamos discutir nesse artigo.
Ao final dele, você terá uma ótima surpresa sobre um futuro brilhante que vemos, acreditamos e praticamos para um novo modelo de gestão de empresas, incluindo o Viver de Blog.
Qualidade de Vida no Trabalho: Muito mais importante do que você imagina
Como você leu na introdução, o assunto sobre qualidade de vida no trabalho nas empresas é sério e merece toda atenção necessária.
Inclusive, você sabia que existe um termo em japonês para definir “morte por excesso de trabalho”?
Esse termo é Karoshi e, de acordo com um estudo do governo, em torno de 150 pessoas morrem de Karoshi por ano.
O conceito de qualidade de vida no trabalho é simples:
“É uma forma de se pensar a respeito das pessoas, trabalho e organização, de modo global e abrangente.”
Não existe separação da satisfação no trabalho com a vida de um indivíduo como um todo.
Logo, o trabalho assume uma dimensão enorme em nossas vidas. Afinal, em média, passamos mais de 90.000 horas trabalhando ao longo dela.
São 3.750 dias, 535 semanas ou 10 anos trabalhando.
Mas isso só acontece porque a maioria de nós está acostumado a ver o trabalho como uma obrigação, um lugar para esperar pelo fim de semana ou até mesmo uma necessidade para se sustentar na vida.
A razão desse pensamento?
Em resumo: baixa relação entre a missão que te envolve e a qualidade de vida no trabalho que você está inserido.
As empresas não investem o suficiente em programas de qualidade de vida no trabalho por acreditarem que a conta não fecha.
Ao invés de pensarem em produtividade, felicidade e parcerias de longo prazo, tratam pessoas inteligentes como somente mais um número em suas planilhas de custos.
Qualidade de Vida nas Empresas
Você já se perguntou por que muitos de nós trabalham 8 horas por dia com baixa produtividade, enquanto outras pessoas são capazes de gerar resultados de uma semana inteira em apenas 4 horas?
Essa diferença de produtividade, na maioria das vezes, está relacionada ao nosso ambiente de trabalho e à nossa motivação para exercer as tarefas que fazem parte do dia a dia.
Aliás, muitos empregos exigem uma carga diária de trabalho entre 10 e 12 horas, não deixando espaço para outras atividades, como estudo, exercícios físicos e lazer.
Além da falta de tempo, as exigências das empresas estão cada vez mais descabidas, deixando muitas pessoas doentes com a enorme pressão.
Nunca tivemos tantos casos de ataques cardíacos, derrames, pressão alta, diabetes, câncer e depressão.
Outro dado alarmante: 70% dos brasileiros afirmam sofrer com o estresse relacionado ao trabalho, de acordo com a pesquisa feita pela ISMA (Internacional Stress Management Association).
Fonte: Henrique Carvalho para Viver de Blog - Foto da Capa: F Photos para Pixabay