Síndrome do Fim de Ano Pode Levar a Doenças Sérias e Incuráveis

Excesso de bebidas, excesso de comidas, cobrança extra no trabalho, exigências de aparentar felicidade, ansiedade com convites demais ou convites de menos, ter que fazer aquela retrospectiva do ano e ver que ele não foi tudo o que se esperava dele, gastos a mais com presentes e festas, trânsito a mais, férias dos filhos – tudo isso pode desencadear o que os médicos americanos já apelidaram de Síndrome de Fim de Ano ou “Holyday Heart Syndrome”.

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Uma pesquisa feita pela ISMA-BR (International Stress Management Association), associação internacional que estuda o estresse e suas formas de prevenção, confirmou o que já percebemos na prática. O estudo feito com 678 pessoas, em Porto Alegre e São Paulo, de 25 a 55 anos (homens e mulheres, economicamente ativos), mostrou que 80% delas têm seu nível de estresse maior no final do ano. “As causas disso passam pela sobrecarga de trabalho neste período, trânsito, solidão no período das festas e até pelos gastos adicionais com presentes e viagens”, explica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR (International Stress Management Association).
Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, que analisou as 53 milhões de mortes do coração que ocorreram nos EUA entre 1973 e 2001 mostrou um maior número de mortes entre os meses de dezembro e janeiro, com picos durante o Natal e Ano Novo. Estudos mais recentes mostram a mesma incidência.
Na opinião da esteticista Kaline dos Santos a síndrome é real sim e “acredito que em época de Natal e Ano novo, é comum sim sermos tomados de angústia e euforia vazia, pois o que acontece que nesta época nós fazemos uma retrospectiva de toda trajetória do ano que se finda e a partir dai nos sufocamos com os desejos e as metas almejadas, tornando-as assim em frustrações”, diz.

PSIQUIATRA EXPLICA 
Segundo o médico psiquiatra catanduvense, com residência em Navarra, na Espanha, e coordenador de psiquiatria das FIPA, Paulo Ramiro Madeira, a “síndrome de fim de ano” não pode ser considerada uma doença, mas apenas uma moléstia de época, que tende a se dissipar conforme entramos novamente no ritmo normal de vida”.
É época de um cuidado especial com idosos e hipertensos.
“A síndrome de fim de ano é uma situação passageira, ligada a excesso de expectativas, cansaço, o estresse, a significação simbólica do natal e do ano novo como fim de ciclo, as perdas familiares em fim de ano”, explica.
Segundo o médico, as causas desse desconforto são passageiras, mas “podem ser determinantes em agravar um estado depressivo já instalado ou fazer voltar um quadro depressivo controlado”, explica.
Na opinião de Paulo Ramiro, “quanto mais perdemos o sentido original das comemorações de fim de ano, mais as depressões de fim de ano aumentam”.
“Mas não pode ser caracterizado como uma doença por que depende da vulnerabilidade de cada um, como cada um lida com as dificuldades, como se relaciona com o trabalho e com as frustrações, pessoas nervosas e com a alimentação ruim tendem a piorar”, diz.
O especialista termina explicando que não se deve sair tomando antidepressivos nessa época do ano e em nenhuma outra época “o uso indevido de anti-depressivos sem orientação médica facilita o aparecimento da depressão, além do uso abusivo de álcool e drogas. “No adulto, a existência de um histórico familiar de doenças psiquiátricas aumenta a chance do surgimento da depressão, por exemplo. Mas é uma condição que não é suficiente para o aparecimento, você pode não ter essa carga genética e desenvolver a doença”, finaliza.

COMO ATENUAR O ESTRESSE DE FIM DE ANO EM 10 DICAS

A Associação Internacional para o Gerenciamento do Estresse divulgou 10 dicas simples e de fácil adoção e que podem contrabalançar o corre-corre do final de ano e trazer o estresse de volta aos seus níveis normais ou, quem sabe, até reduzi-lo aos níveis desejáveis:

Sorria
Sorrir é a melhor arma para se defender do estresse. É fácil, rápido e grátis. Quando você sorri, seu corpo libera hormônios que aumentam sua sensação de bem-estar e diminui o nível do cortisol, o hormônio do estresse.

Faça exercícios
Além de fazer bem para a sua saúde de forma integral, os exercícios físicos melhoram o fluxo sangüíneo para o cérebro, ajudando-o a pensar de forma mais clara, e liberam endorfina, um “analgésico” natural do organismo.

Descance e durma o tempo necessário
Descansar não é apenas não fazer nada. Hobbies, festas, esportes, leitura e um bate-papo com amigos são excelentes formas de descanso mental.

Pense positivamente
Tente adotar uma visão da vida na qual o seu bem-estar e a sua felicidade dependem de você próprio e não de eventos externos. Isto exige um pouco de prática, mas se você conseguir ganhará de brinde uma redução nas tensões negativas que causam a maior parte do estresse.

Busque ajuda
Você não é nenhum super-herói e não está sozinho neste planeta. Há sempre um ouvido amigo pronto a ajudar-lhe a espairecer suas tensões.

Busque equilíbrio entre viver e trabalhar
Não deixe o trabalho dominar a sua vida. Um pouco de ambição é bom, mas sem um pouco de relaxamento, diversão e tempo para respirar, você não irá a lugar algum – a não ser, provavelmente, ao hospital.

Relaxe
Aqui vale a dica da meditação. Para quem não tem tempo ou dinheiro para pagar uma escola, uma boa técnica é fazer todo o trajeto de casa ao trabalho sem pensar em nada. Não é fácil, mas vale a pena.

Faça uma dieta balanceada
Você precisa ingerir todos os nutrientes que seu corpo precisa para funcionar de forma ótima. Estimulantes, como cafeína e açúcar, além de álcool ou nicotina, mantêm constantes os níveis de açúcar no sangue e não vão ajudar na mudança do seu humor.

Abrace
Não aqueles abraços de quem mal se toca, mas abraços em pessoas que lhe são queridas.

Procure ajuda profissional
Se os melhores dos seus esforços não o ajudaram em nada, procure um médico. Estresse não é uma situação na qual você possa viver constantemente. Aqui vale o ditado, “quem vive rápido demais, morre cedo.”

fonte: o regional

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