Claudia Visoni e Madalena Buzzo criaram uma horta comunitária – Horta das Corujas – que inspirou iniciativas semelhantes pela capital paulistana e também aulas de cultivo urbano e educação alimentar em escolas.
Disposta a adotar uma alimentação mais saudável, a jornalista Claudia Visoni resolveu instalar, em 2008, uma pequena horta em sua casa, no Alto de Pinheiros. Três anos depois, para trocar experiências com outros entusiastas da atividade, criou o grupo Hortelões Urbanos no Facebook.
Do tratamento adequado ao crescimento das folhinhas no quintal, as conversas evoluíram para a criação de um espaço público e coletivo, inspirado em modelos similares existentes nos Estados Unidos, na Argentina e na Inglaterra. Assim, em setembro de 2012, ao lado da empresária Madalena Buzzo, Claudia começou a cultivar vegetais na Praça Dolores Ibarruri, na Vila Madalena. O nome escolhido para batizar o local, Horta das Corujas, é inspirado na avenida vizinha. “Queremos promover integração social e orientar as pessoas a consumir produtos sem agrotóxicos”, diz Claudia.
Com cercas baixas e portões sempre abertos, o terreno de 800 metros quadrados conta com aproximadamente oitenta espécies de hortaliças, flores e ervas. “Qualquer pessoa pode vir aqui e colher alface, cebolinha, bertalha, maracujá, chuchu e outras”, explica Madalena. A iniciativa tem vinte colaboradores mais frequentes, que se revezam em funções como rega e manutenção dos canteiros. O grupo também promove mutirões semanais.
O modelo rendeu frutos e tornou-se disciplina de colégio: três escolas da Zona Oeste passaram a ministrar no espaço aulas sobre cultivo urbano e educação alimentar. Inspirados na iniciativa das Corujas, surgiram projetos parecidos em ao menos outros dez locais da capital, como na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista. “Se ocupássemos outros espaços sem uso para plantar comida, resolveríamos 40% do abastecimento da cidade sem derrubar um prédio”, calcula Claudia.
fonte: Raphael Martins em Planeta Sustentável