A categoria bancária é uma das que mais adoece no país e os transtornos mentais estão entre os mais frequentes motivos. Quando o funcionário não é a vítima, o colega ao lado pode ser, e a falta de apoio é um dos principais agravadores da situação. Para a psicóloga Renata Paparelli, professora e supervisora de estágios de Saúde do Trabalhador do curso de Psicologia da PUC-SP, esse adoecimento é causado por conta do assédio organizacional. “São práticas de gestão voltadas para a produtividade que abrem espaço para o assédio moral. É uma espécie de afrouxamento dos valores éticos da empresa e isso se materializa muito na questão das metas abusivas.” A profissional aponta que o bancário que adoece é rechaçado porque ele “é uma denúncia viva do que acontece dentro desse modelo organizacional”.
Metas, fusões e adoecimento – A psicóloga Renata Paparelli, que também coordena os Encontros de Saúde dos Bancários na sede do Sindicato, salienta que os trabalhadores adoecem, em sua maioria, por conta de processos de fusão entre bancos ou por conta de pressão por metas. “As fusões intensificam essa guerra de ‘todos contra todos’, individualizam os problemas e destacam a competitividade exacerbada”, explica a psicóloga. “No entanto, enquanto nas instituições privadas os bancários são obrigados a atingir metas cada vez maiores, nos bancos públicos eles são pressionados e ameaçados a perder comissões e cargos.”
Trechos de “Doença mental é drama na rotina dos bancários” (do SP Bancários).
Leia nossa Entrevista Sobre a Síndrome de Burnout – Parte I , onde entrevistamos uma bancária afastada de seu trabalho por estresse extremo.