Sobrecarga de trabalho dos médicos: dados e análises

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A sobrecarga de trabalho dos médicos é uma realidade no Brasil.

Segundo os dados do Censo de Demografia Médica do CFM, mais de 30% de todos os médicos brasileiros disseram sofrer com o excesso de trabalho.

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Essa situação é mais comum em médicos mais jovens e que atendem na rede pública de saúde.

Nesse contexto, a sobrecarga de trabalho dos médicos vem se tornando motivo de preocupação em hospitais e clínicas e pode chegar a causar distúrbios físicos e mentais, o principal deles é a Síndrome de Burnout.

 

O diagnóstico da sobrecarga de trabalho dos médicos em números

Para expressar a gravidade deste problema, o estudo Demografia Médica do Brasil 2015 apontou resultados preocupantes.

De acordo com os dados colhidos, 1/3 dos médicos que foram entrevistados disseram estar sobrecarregados por causa do trabalho. Em números, essa é a realidade dos profissionais:

  • Do número total de médicos entrevistados, 54,6% relataram ter uma carga de trabalho adequada;
  • Por outro lado, 31,7% do total dos entrevistados relatam estar sobrecarregados;
  • 13,7% afirmaram que sua carga de trabalho poderia ser aumentada.

 

O estudo ainda indicou que, embora esses números não apresentem diferenças entre os gêneros, os médicos de faixa etária mais baixa e com atuação na rede pública de saúde são mais impactados pela sobrecarga de trabalho.

 

Na verdade, logo ao se formar, o médico residente acaba executando várias funções e se compromete com plantões em vários hospitais.

A sobrecarga de trabalho pode ter consequências negativas, tanto para a saúde física, quanto para a condição psicológica do profissional, por isso é preciso atenção logos nos primeiros sinais a fim de tomar medidas, preventivas ou curativas.

Já o grupo da faixa etária acima dos 60 anos apresentou resultados diferentes: 15,6% dos entrevistados afirmaram se sentir sobrecarregados. Já na faixa etária de médicos com idades entre 35 e 60 anos, o percentual aumenta para 34,6%, e, para médicos com até 35 anos, 36,6%.

Embora as estatísticas caiam conforme a idade dos entrevistados aumente, e apesar de, teoricamente, um médico mais velho e com mais tempo de exercício de profissão esteja bem estabelecido profissionalmente, ainda assim, podemos observar que uma parcela deste grupo também sofre com o problema.

 

A sobrecarga de trabalho entre os plantonistas e médicos que atendem em consultórios

Os dados apresentados pelo Censo mostram alterações quando colhidos entre os médicos que realizam plantão em hospitais ou em pronto atendimento — quase 45% dos médicos realizam essas atividades.

Entretanto, mais uma vez, podemos observar que os médicos mais jovens sofrem com a sobrecarga de trabalho: 45,1% são médicos plantonistas formados há menos de 10 anos.

 

Deste número, 26,4% cumprem uma carga horária de 80 horas ou mais por semana.

 

Ou seja, esses médicos passam mais tempo dentro de um hospital do que fora dele.

O contato social fica bastante prejudicado, o que contribui para aumentar os níveis de estresse e para agravar seu estado físico, mas, principalmente, o estado emocional destes profissionais.

 

A Síndrome do Burnout

Também conhecida como Síndrome do Estresse Profissional, este problema tem aparecido cada vez mais em profissionais cujas atividades exigem contato constante e intenso com outras pessoas, como acontece com os médicos.

 

As cargas horárias intensas são uma das principais causas da Síndrome do Burnout, cujos sintomas físicos e psicológicos incluem exaustão, dispneia, insônia, distúrbios gastrointestinais, depressão, entre outros.

 

Com o agravamento da Síndrome, o contato com os pacientes e até com a própria família do médico vai se tornando impessoal e frio.

Além disso, ocorre o isolamento social e o desinteresse pelo próprio estado de saúde, o que é muito perigoso.

Realizar a gestão do tempo, praticar exercícios físicos e, na medida do possível, ter uma boa noite de sono funcionam como medidas preventivas da Síndrome.

Fonte: iClinic BLOG

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