Não é só o cérebro. Veja como o estresse afeta o corpo humano

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Uma pesquisa recente nos Estados Unidos conduzida pela Universidade de Harvard mostrou que 44% dos adultos empregados afirmam que seu trabalho afeta sua saúde. No Brasil, A International Stress Management Association (ISMA-BR) realizou uma pesquisa com profissionais as áreas de finanças, indústria e saúde de São Paulo e Porto Alegre e revelou que 69% dos participantes disseram que o estresse no trabalho era a maior fonte estressora, afetando qualidade de vida e saúde.

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Nessa pesquisa, 89% dos entrevistados responderam ter sintomas físicos de dores musculares, incluindo dor de cabeça, enquanto 72% relatam cansaço e 39% distúrbios do sono.

Os sintomas não param no físico, eles também atingem a saúde emocional: 86% sentem ansiedade, 81%, angústia e 68% apresentam irritação. Entre os sintomas comportamentais, 59% dos entrevistados relataram que usavam álcool ou algum tipo de droga (remédios prescritos, indicados por amigos ou drogas como cocaína e maconha).

“É como se a pessoa estivesse num nível de pressão tão intolerável que ela precisa se anestesiar um pouco”, explica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-

Mas o que é exatamente o estresse?

A palavra que se tornou tão comum nos dias atuais ganhou vários significados. “Tem sido confundido com emoções, a pessoa em vez de dizer ‘estou brava’, ‘frustrada’, diz ‘estou estressada’”, comenta a psicóloga.

Ela explica que o estresse não é uma emoção, mas sim qualquer adaptação requerida da pessoa. Por isso, pode ser tanto positiva (quando um desafio estimula) quanto negativa (quando se entende que há ameaça). “O julgamento se o estresse é positivo ou negativo é feito de acordo com nossas experiências”, ressalta.

Se no passado a causa do estresse era a luta de vida ou morte contra animais, hoje os fatores estressantes vão desde expectativas frustradas na família, demandas que consideramos injustas no trabalho, pressão pré-vestibular a assaltos e outros tipos de violência que levam ao estresse traumático.

A grande diferença é que antigamente nós gastávamos os hormônios na luta contra a fera, e hoje acabamos tendo uma enorme descarga de adrenalina e terminam sentando na sua mesa de trabalho e essa descarga hormonal fica se perpetuando pela corrente.”

Os hormônios do estresse

O principal hormônio que fica no sangue é a adrenalina. Já sabemos que ela pode nos ajudar na motivação, mas o excesso pode deixar sequelas no corpo, assim como o cortisol, outro hormônio liberado pelo corpo para enfrentar situações interpretadas como de perigo. Este último, se é produzido com frequência ou é muito duradouro, pode afetar o sistema imunológico.

Ou seja, o nível de tensão muscular tende a aumentar, a respiração fica mais rápida e superficial, as artérias podem se contrair, algumas pessoas sentem mãos e pés mais frios e suados, a atividade cerebral aumenta, a frequência cardíaca também.

Esses são os sinais de estresse, o primeiro passo quando acontece uma situação que requere adaptação. Eles são importantes porque ajudam a pessoa a lidar com a situação.

No entanto, se os sinais se mantêm por períodos prolongados, a pessoa pode desenvolver sintomas. “Se a situação causadora de estresse continua e a pessoa não tiver recursos eficientes para lidar, a gente chama de estresse crônico ou doença”, explica Ana Maria.

“Se a gente começa um dia dizendo não lembro a última vez que não tive dor de cabeça, não lembro a última vez que dormi bem, as reações já se tornaram permanentes”, diz.

Efeitos no corpo

O estresse age de sobre todo o corpo, no entanto, algumas áreas são mais vulneráveis aos efeitos da tensão prolongada por muito tempo.

Cérebro: recebe doses mais altas de substâncias químicas excitatórias. Assim a atividade cerebral aumenta e as pupilas se dilatam para melhorar a visão.

No entanto, em grandes doses de estresse, a pressão arterial aumenta e pode ocorrer AVC e aneurismas.

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Coração: os batimentos cardíacos aumentam e a pressão arterial sobe

O estresse contínuo causa grandes descargas de adrenalina, que aumentam a coagulação do sangue e contraem os vasos cardíacos. Com isso, cresce a chance de um infarto.

Aparelho gástrico: o estresse muda o nível de acidez do estômago. Em altas doses, isso significa azia, má digestão, gastrite e até a formação de uma úlcera.

Músculos: recebem mais sangue e oxigênio e se contraem para melhorar a performance. Contudo, a tensão constante causa dores, principalmente no pescoço, costas e ombros, e um cansaço exagerado.

O que fazer?

A psicóloga ressalta que cada pessoa tem seu limite de tolerância para o estresse. “Toda vez que passarmos esses limites por períodos frequentes ou prolongados certamente haverá uma sequela”, diz. Um caso frequente de não respeitar os limites é quando o trabalho está sendo prejudicial, mas a pessoa continua para não quer abrir mão do status ou do salário, exemplifica Ana Maria.

Um estilo de vida saudável também ajuda a melhor com as situações.”Não quer dizer que não vai estressar, mas tende a reagir melhor ao estresse”, comenta a psicóloga.

Fontes: UOL SaúdeFotos: Jeffrey WilsonAlexandra para Pixabay

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