Uma pesquisa feita em 60 países revelou que 2 em cada 3 pessoas estão dispostas a compartilhar ou alugar algo que possuem. Ao que tudo indica, estamos vivendo um período de transição em que vamos migrar para um modelo menos consumista e mais colaborativo: doar, alugar emprestar, compartilhar serão os verbos de uma nova economia.
Estudos com dados de 2014 indicam que a economia criativa movimenta cerca de US$ 130 bilhões no mundo. E há indícios de que o Brasil tenha uma participação importante dentro desse mercado. Os primeiros serviços neste sentido já estão aparecendo, e a tecnologia é a grande aliada dessa tendência.
Nesse contexto, existe um novo consumidor: os prossumers, que são ao mesmo tempo produtores e consumidores dos serviços. Para a publicitária e cientista social Claudia Pires, nós estamos cada vez mais vendo esses serviços nascerem e nos acostumando com eles. “Um exemplo é o Airbnb, anos atrás ninguém imaginava que poderia alugar seu sofá, seu quarto, sua casa e hoje virou a maior empresa de alugueis que existe no mundo”.
Ela acredita que a tecnologia está ajudando a gente a entender isso cada vez mais: “Os intermediários nesse processo começam a mudar ou até deixar de existir, e as relações começam a ficar mais próximas. Isso em uma infinidade de mercados.”
Para a fundadora da Eco Rede Social, Izabella Ceccato, nós ainda viveremos por muito tempo esse período de transição. Um exemplo é o financiamento coletivo, que ainda é um termo desconhecido para 70% da população. “Nós ainda vamos conviver bastante tempo com esses dois conceitos. Mas ele veio para ficar”, completa. Claudia concorda:”Não temos mais como voltar atrás.”
O professor de economia Agostinho Pascalicchio destaca que as áreas que estão se voltando para a economia colaborativa são as de hospitalidade, partilha de transportes e o uso de roupas e bens de consumo.
Um dos grandes beneficiados por essa nova economia é o meio ambiente. Cada vez mais, novos modelos de produtos e serviços tornarão possível o reaproveitamento de materiais, a reutilização, reciclagem e compartilhamento, o que acaba por preservar nossos recursos naturais. “A questão não é só a de resíduos. O fato de que você compartilhar roupas, doar, estar em locais em que há uma participação social é muito positivo”, argumenta Agostinho.
“Não estamos falando em deixar de consumir. A partir do momento que você deixa de consumir, a indústria e a economia podem parar. Mas estamos falando de consumo consciente”, reforça Izabella.
“As pessoas têm hoje um poder muito maior de decisão e de escolha. Um poder que não tinham antigamente. Essa é a beleza disso tudo”, enfatiza Claudia.
Izabella, Claudia e Agostinho conversaram sobre economia criativa, economia colaborativa e economia circular em um bate-papo inspirador no programa Clipping Eletrônico, da TV Câmara de São Paulo, com o jornalista Wagner Belmonte. Assista, abaixo!
Fonte: The Greenest Post - Foto: Thomas B. para Pixabay