Pressão, falta de confiança entre os colegas, jornadas longas e discrepância entre expectativas do trabalhador e o que é exigido podem levar ao desgaste emocional e físico
Todas as manhãs, ao acordar, a sensação ainda é de cansaço. Parece que as noites de sono não são reparadoras. Sem entender o que está acontecendo e com um sentimento de angústia que se arrasta há dias, ela procura um médico. Nada de errado aparece nos exames, e a orientação é descansar. Antes de chegar ao trabalho, vários minutos dentro do carro. Só de pensar em entrar no escritório, a ansiedade já aparece. Lá dentro, não consegue se concentrar. Nos primeiros cinco minutos, irrita-se demais porque o computador demora a ligar. Antes mesmo de começar as tarefas do dia, sabe que não terá tempo suficiente para terminá-las, como acontece sempre. Para piorar a situação, o novo sistema do banco de dados, essencial para o trabalho, é difícil de entender. Queixa-se de pouca autonomia, mas não consegue conversar com os colegas ou com o chefe sobre isso. Começa a notar que fica horas sem poder ao menos sentar para tomar um café com eles, pois todos estão sempre muito ocupados. Decide fazer o mínimo possível para entregar o que precisa. Afinal de contas, “o que eu faço aqui não importa a ninguém mesmo”. E pergunta-se: “O que é que estou fazendo aqui?”.
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